Acabei de
chegar de Belo Horizonte. Fui fazer meu
controle oncológico, e que agora será de 3 em 3 messes. Meu remédios quimioterápico
oral acabam semana que vem, e tudo fica cada vez mais normal, eu já tenho a minha
vida de volta assim como meu pai me prometeu logo que começamos essa luta.
Toda vez que vou nesse controle
em BH pergunto sobre todos os que conheci, na mesma luta. A Lorraine, o Bruno, a Gabi, a Dara - http://www.avidaebarbaraa.blogspot.com.br/2011/02/nao-estamos-sozinhos.html).
A Lorraine já passou na
faculdade, e como eu e o Bruno só vamos em BH para controle, e já a alguns meses perdi
a coragem de perguntar da Gabi. A última notícia que tive foi do inicio do ano
passado, e que o tumor pela terceira vez
tinha voltado, e dessa vez no estômago. Ela enfrentava mais um tratamento
quimioterápico, mas saber disso de certa forma não me deixou tão triste, porque
a Gabi tinha uma força de vontade, uma determinação, uma confiança que eu diria
de olhos fechados que ela conseguiria enfrentar o mundo e sempre venceria. Há
algum tempo já estava atrás de noticias dela e até com certo medo de perguntar
minha a médica, Dra. Karine, mas eu tinha certeza que a notícia ia ser boa que
ela teria vencido. E talvez ela tenha vencido mais do que qualquer um de nós,
talvez esse mundo de tantos defeitos e problemas seja muito pouco pra ela. No ano
passado a Gabi faleceu, o tumor se alastrou e não tinha mais um tratamento que
pudesse ajuda-la, como relata minha médica. E ela se despediu desfilando em
grande estilo no carnaval do ano passado. Mas saber disso mexeu muito comigo,
daquele momento em diante fiquei me perguntando. Qual o critério pra isso? Por
quê? Pôxa, ela teve a mesma coisa que
eu, e eu estou aqui bem, saudável, e tenho certeza que não é por questão de
merecimento, pois se fosse ela teria muito mais motivos pra estar aqui. Pensar
em um critério ou em um porque se torna quase uma tortura, quantos dariam a
vida pra ter ido no lugar dela, inclusive eu. Mas prefiro acreditar que, como
eu disse, ela poderia vencer o mundo. E pode, e foi. Foi vencer algo que nem nós
entendemos, ela já superou tudo que tinha pra superar aqui, ela é superior a
esse mundo de hipocrisia, falsidade e ódio. Ela foi fazer a diferença lá.
O que dói é pensar em saudade, contar o tempo através do nosso reduzido olhar. Vai Gabi! Estrela é estrela, e não é desse mundo.