quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Cada dia com a sua agonia

Acordamos as seis horas da manhã e fomos para a Santa Casa. A enfermeira que nos acompanhou até o quarto pediu para eu trocar de roupa que logo iriam trazer o soro. Ops, soroo? E aquela roupa sem nenhum senso de moda e conforto? De novo eu não controlava minhas lágrimas rebeldes, mesmo que meu pai tentasse me manter calma. Mas foi ele, com muita paciência, que me explicou que  aquilo tudo era necessário, que eu tinha que fazer; e disse também que tudo o que precisasse ser feito nós faríamos. Foi então que começou  a minha fase de superações. Vesti aquela roupa horrivel, logo depois chegou um enfermeiro; eu tremia, chorava, suava, resumindo, é que eu tenho PAVOR DE AGULHA!.
Apesar da minha não colaboração com o enfermeiro, ele fez o seu trabalho, ligando o soro no meu braço, e  é claro que eu achei  que aquilo doeu demais. Dr.Eduardo havia nos explicado que poderia ser uma inflamação no osso o que seria simples, eu teria que ficar alguns dias no hospital tomando alguns remédios anti-inflamatórios, caso contrário eu iria embora sem um diagnóstico definido. Bom, a cirurgia estava marcada para  as onze horas, e minhas amigas Kamilla e Camila, chegaram para me visitar uma hora antes. Passou tão rápido que logo uma enfermeira veio me buscar para o bloco cirúrgico. Eu fiquei nervosa de novo, todos me acompanharam até a porta e as  minhas lágrimas a essa altura já tinham independência e com certeza elas não queriam ficar quietas. Entrei naquela sala estranha e fria e tentei me ocupar reparando nos detalhes daquele lugar. A  enfermeira Juliana me fez companhia até o Dr .Eduardo chegar, o que não foi nada rápido . Ele chegou junto com o anestesista que, aliás, era bem simpático, e que meu pai não me ouça dizendo isso, mas o anestesista era bem bonito. Também, depois de tomar aquele remédinho, eu não vi mais nada, quando acordei, estava na sala de recuperação, não conseguia ver o meu braço que doía muito. Uma enfermeira veio me perguntar se eu estava sentindo dor. Lutava para manter meus olhos abertos, estava meio tonta e respondi que sim. Alguns minutos depois a enfermeira voltou e naquele momento eu enxerguei muito bem uma injeção na mão dela. Quando ela disse que era um remédio para a minha dor eu acordei de todos os sonos e preferi ficar sentindo dor. É isso mesmo, não quis tomar a injeção. Tudo bem que essa é uma fase de superação, mas vamos com calma. Ao voltar para o quarto estavam todos me esperando. Eu precisava muito ir ao banheiro, mas se querem um conselho, não tentem levantar depois de uma cirurgia. Bem, minha ida ao banheiro não deu certo, e eu ainda estava morrendo de fome. Eu até ia comer aquela comida deliciosa do hospital, mas meu pai chegou com um super lanche da Center Pão e para não deixar ele chateado tive que comer o lanche que ele trouxe, e deixar a comida do hospital de lado. Mas até para fazer um pai feliz é dificil. Um dos meus braços estava com soro e o outro foi o da cirurgia, então Kamilla (uma das amigas) tão boazinha, foi me dar o lanche  e no fim tudo virou uma grande diversão. Me esquecí um pouco de que tudo isso estava só começando. As meninas foram embora e eu descansei um pouco. Quando acordei tia Zézinha estava lá, mas aí veio uma notícia que eu não sabia se era boa ou ruim, eu estava de alta, mas sem um diagnóstico o que me preocupava bastante. Fui pra casa e minha semana foi normal. O resultado da biópsia sairia em vinte dias. As coisas na escola ficavam cada vez mais dificeis, pois já não conseguia escrever direito. Pensar no que poderia vir pela frente me afligia, mas meu pai como sempre me confortando, me falou uma coisa que levarei para sempre comigo. Ele disse : “Cada dia com a sua agonia”, e aquele dia eu já tinha superado e me preocupado com tanta coisa. Então, o que vier amanhã vou deixar pra amanhã, e acho que é isso que me sustenta.

4 comentários:

  1. Sabe por que nós temos o amor da família e dos amigos? Porque "somos anjos de uma asa só, e somente podemos voar quando abraçados uns aos outros".*

    Beijo de Dinda.
    Sandra.

    *Luciano de Crescenzo

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  2. Dinda sem você eu não seria nada, te amo

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  3. Ahhh, mas eu sou muito maaaaassa. Eu que dei comida hein.. hahah

    te amo babi, melhora logo! s2

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