Peço
desculpas, mas acabei me enrolando e não estou em dia com os fatos, então vou
contar rapidamente tudo, desde a data que parei.
Fiz a minha primeira metrotexato
depois da cirurgia, e aguardava ansiosa
o resultado da lâmina da cirurgia, para saber se eu estava curada. Ao mesmo
tempo que queria saber, tinha medo do resultado, mas é pra isso que estamos
aqui nesse mundo, para seguir em frente e superar nossos medos, vencendo todos
os obstáculos. Minha luta já estava acabando eu sabia que podia vencer. E
quando saiu o resultado da lâmina eu surtei de felicidade. É, lá está escrito
que eu estou curada, 100% curada! Mas ainda preciso fazer quimios de prevenção.
No outro ciclo de quimioterapia as coisas não correram tão bem, eu acabei tendo
infecção hospitalar, fiquei tomando antibióticos, mais não eram eficazes, ate
que comecei a ter febre e calafrios e fiquei alguns dias a mais no hospital.
Descobriram então que eu estava com infecção no cateter, mas a minha médica
achou melhor tentar tratar com antibióticos diretamente no cateter, pois eu
realmente precisava dele. Foram 10 dias lutando para não ter febre e para a infecção
sumir, e depois dos 27 dias internada, era isso que pensávamos que tivesse
acontecido. Então eu fui embora pra casa,
não queria saber mais de hospital. Tive alta numa sexta-feira, mas estava muito
fraca, talvez por ter ficado muito tempo
deitada, sem movimentar e sem comer direito. Não estava nada bem, e na
terça-feira comecei a ter febre e alguns calafrios horríveis, mas não queria de
modo algum ter que voltar para o
hospital. Eu estava decidida a ficar em casa e tentar me recuperar. No
outro dia, na quarta-feira não teve jeito, fomos ate o consultório da
Dr.Karine, e eu rezei, implorei para que ela não me internasse. Ela foi
generosa comigo e eu prometi me alimentar bem, e se até o fim da semana eu não
tivesse melhorado, aí sim, teria que
internar. A quinta-feira foi muito difícil, eu estava muito fraca, passando
muito mal, com febre e não conseguia cumprir o combinado com Dr.Karine. Na
sexta-feira decidiram que eu iria para hospital, pelo menos para ser avaliada,
mas eu não queria por nada no mundo ter que voltar. Sabia que acabaria ficando
internada de novo, e eu não aguentava mais aquilo. Chorei, implorei à todos que
não me levassem. Até tia Tetê foi na casa de tia Dária pra tentar me convencer.
Eu jurava que iria me alimentar melhor, que eu iria melhorar, mas no fundo eu
sabia que não podia. Mas não teve outra saída, fui quase a força para o
hospital. Chorei baldes. Eu não havia ficado nem uma semana em casa e lá a
estava eu de novo internada, naquele lugar. Aquele final de semana foi
horrível, não me conformava em ficar ali, queria ir embora, mas não melhorava.
Na segunda-feira o meu pai chegou em BH e então decidiram me passar para o CTI.
Meu coração estava muito acelerado, minhas taxas de íons estavam todas baixas e
continuava a ter febre. Parecia que a infecção havia voltado, mas não tínhamos
certeza, e foi ali que começou minha semana de CTI. Aquele lugar é apavorante,
é tanta gente passando mal, tão pouca privacidade, tanto barulho. Era tanta
coisa ligada em mim, tanto remédio, e eu comecei a pensar que CTI era um lugar
onde estão todos aqueles que a qualquer momento vão ter uma piora e vão partir.
Todos, sem exceção. Achava que só estava ali esperando minha vez chegar, e
foram dias extremamente difíceis naquele lugar. Só tinha direito a um
acompanhante, meu pai passava as noites numa poltrona do meu lado, e minha mãe
ficava durante o dia. E eu sabia que eles também não estavam nada bem com
aquela situação. A comida era horrível, sem gosto, completamente sem sal. Eu me
alimentava basicamente de gelatina e iogurte, e como não estava fazendo xixi
direito, eles me colocaram uma sonda. E aquilo foi horrível. Naquele momento eu
desejava não viver mais. Aquela semana foi a pior da minha vida. Verdade é que
as enfermeiras do CTI são todas muito boas, as médicas muito empenhadas em nos ajudar.
Mas até que enfim consegui sair daquele inferno, e voltei pro meu quarto. Como
foi bom voltar pro meu quarto de hospital! Nunca pensei que diria isso, mais
foi um alivio ir pra lá. Mas, falaram que meu coração estava acelerado e podia
ser por causa da quimio. Alguns remédios da quimio atacam o coração, mais isso
já estava controlado com outras medicações, e decidiram por tirar o cateter,
pra não ter mais ricos de infecção. Eu não sabia o que escolher pois
precisava daquele cateter, minhas veias não davam conta, mas não queria ter que
voltar pro hospital com infecção, então concordei com minha médica, eu tiraria
o cateter. Então o Dr. Márcio, cirurgião cardiovascular, foi me avaliar para
retirada do cateter. Ele falou que não tinha sinais de infecção, que iria
conversar com a médica pois não achava necessário tirar o cateter. Mas a minha médica manteve a decisão E lá fui eu, de novo, para o
bloco cirúrgico...
Você realmente é Bárbara. Sua carreira como escritora vai ser um sucesso.
ResponderExcluirEnquanto você estava lá, no CTI, eu cheguei a me perguntar: afinal, a vida é mesmo Bárbara?
ResponderExcluirLembrei da minha vó, sua bisa, que dizia: bate com o pé na boca se a mão não chega. É Bárbara!
Hoje você estará fotogrando o seu book, linda e feliz, às vésperas quase dos seus quinze anos.
E eu repito: A vida é Bárbara! e é bonita, é bonita e é bonita!!!!!!
Te amo, Thuska.
Dinda.
Te amo demais menina!!!! Saudades!!!
ResponderExcluirBeijos!
Mírian
Amo muuuito vocês de verdade. s2
ResponderExcluirBaabi
Bárbara,
ResponderExcluirAdmiro muito a tua força! Eu também achava horrível ficar internado. Não cheguei a passar por uma experiência como esta que relataste, mas posso imaginar o quanto deve ter sido difícil.
Mas esta luta é assim mesmo, precisamos acreditar nas nossas forças, na nossa vontade de viver, nas pessoas que nos amam e enfrentar o que for preciso.
Aqui em casa estamos todos torcendo por ti e sabemos que irás vencer todos os obstáculos que insistirem em te atrapalhar!
Força!
Um abraço,
Vitor Finkler
Certamente vivi a semana mais difícil nos últimos cinquenta anos.
ResponderExcluirNão comentei ainda, porque não consigo. Continua doendo, sangrando.
Peço desculpas pela bobagens que falei com Dra. Carine. Que pessoa!
Agradeço a Dra. Mirian. Percebi o tanto que se esforço e se dedicou. Fez a diferença.
Sei que Babi saiu do CTI, talvez eu ainda não.
Normal, ela é mais forte que eu.
Beijo filha.